30 de janeiro de 2009

Nesses encontros e desencontros que fazem a vida acontecer, me perco em cada esquina, em todas as noites de lua cheia, em olhares solitários e lembranças do passado. Quase não acredito nos rumos que a vida tomou, tudo parecia ser tão eterno, triste é reconhecer que eram apenas sensações juvenis.
Não posso afirmar com certeza o que sinto agora, por enquanto tudo é muito incerto. Novos rostos e velhas dores, além das inúmeras mais que aprendi a enxergar com o passar do tempo.

27 de janeiro de 2009

Bonecos ou humanos?

Quem passou pela Avenida Paulista, nesta segunda-feira (26.01) pode conhecer Antonio Carlos Miranda e seus bonecos. Não, não se trata de nenhuma peça de fantoches ou coisa parecida, o que se deu em frente ao Parque Trianon Masp é uma demonstração das grandes contrariedades humanas. Antonio Carlos esculpiu bonecos em forma de mendigos e os deixou lá, para quem os quisesse ver. Para completar a apresentação, o poeta Sandro Maciel recitava em um alto-falante, seus poemas que também tinham como tema moradores de rua.
A movimentação não cessou enquanto artitas e bonecos estavam por lá, todos queriam ver os mendigos virtuais. O que mais chamava a atenção dos transeuntes era a semelhança dos bonecos com seres humanos, mas quantas vezes também não fingimos passar diante de bonecos?
Os artistas realmente conseguiram chocar as pessoas, mas receio que não tenham atingido seus verdadeiros objetivos. Os espectadores não perceberam o significado daquele ato e não se deram conta de quão corriqueira é essa cena. No tempo em que estive lá, apenas vi flashes de câmeras e expressões de admiração, infelizmente nenhuma reflexão. Apenas Antonio Carlos fazia questão de lembrar dos verdadeiros marginalizados.
Foi preciso uma representação para as pessoas enxergarem o real, nada como viver numa sociedade de espetáculo!

Para conhecer um pouco mais: www.casagaleria.com.br

23 de janeiro de 2009

Poesia não feita

Não sei fazer poesia
Apenas admiro as pequenas coisas da vida
Assim como também o faz um poema
Que em leves palavras
Flutuando por meus ouvidos
Aliviam dores e reacendem esperanças.

Enquanto tudo acontece, na simplicidade dos seus pensamentos.
Encontro meu coração, minha beleza e meu lugar
Encontro também a reflexão
As lágrimas escorrem por algum lugar aqui dentro
Tão perdidas quanto eu

A confusão instaurada entre a vida e a entrega
Entre a estrada e o acolhimento
Ah! Senhor! O que fazer?
Como saber se estou certa ou apenas enganada pelo desejo?
Como gostaria de sentir todos os sorrisos em mim
Dissipar dores, amparar lágrimas inocentes e viver tudo em apenas uma vida
Ser tudo apenas em um templo, um espaço

7 de janeiro de 2009

Dores da Guerra

Mais uma vez o mundo está diante de mais uma selvageria. De mãos atadas assistimos o extermínio de mais uma parcela da humanidade. Mais que humanos essas pessoas são pais, mães e filhos. De novo, a outra parcela da humanidade, a parte bruta e ignorante, sacrifica a paz em favor de seus interesses. Não aprendemos nada com as lições do passado, não basta a insanidade de duas Guerras Mundiais, não chega a dor e as lágrimas dos que viram seus amados morrerem inocentemente.
Aqui do outro lado, a vida transcorre normalmente, assistimos às imagens da total destruição. É insano pensar que, a morte de 100 crianças não sensibilize, não machuque os corações dos donos do caos. Não se pode mensurar a agonia desses pais, ela não cabe em estatísticas nem fazem parte dos números dos horrores da Guerra.
Enquanto líderes mundiais se trancam em reuniões, vidas preciosas são perdidas. Não sentem que cada minuto é uma eternidade, não compreendem que não há tempo a perder e sim vidas. Quanto vale uma vida? Quanto vale um pequeno coração, que ao parar de pulsar mancha, mais uma vez, de sangue a história da humanidade?
A nós resta uma reflexão. Temos o livre arbitro, temos consciência de nossas ações e conseqüências, que nesse caso são lamentáveis e irreparáveis. A confiança em Deus justo e piedoso, talvez seja o que me leve a escrever essas palavras. De quem podemos esperar uma solução? Se o poder está nas mãos dos que causaram o problema?
Em meio ao desespero e agonia que, as lembranças das imagens me trazem, a única saída é orar, acreditar num conforto para as centenas de corações e amor para as poucas mentes que estão à frente da destruição.

4 de janeiro de 2009

Mais uma vez percebo a importância dos amigos e dos que nos querem bem. O tempo e a distâcia não apagam do coração e das lembranças os bons e maus momentos compartilhados com aqueles que deixaram marcas profundas e eternas em minha essência. Enquanto a saudade aumenta, cresce também a certeza de um mundo mais humano. Quase não acredito nesse sentimento tão forte, chego a não me reconhecer.
Dedico esses sentimentos aos antigos e novos amigos, aos que nem sempre estão por perto, aos que sempre tem um minuto para ouvir as eternas reclamações, aos que deixaram um grande vazio, que talvez um dia será preenchido. Aos que estão muito longe e aos que nunca mais voltarão. Confesso que todos fazem muita falta, as ruas já não são as mesmas, alguns dias passam sem fazer nenhum sentido, pois não encontro um lugar seguro para chorar. As velhas confidências deixaram de ser constantes, aqueles sonhos não se realizaram e algumas esperanças não resisitiram, deram lugar a uma cruel certeza de que nada é para sempre. O que escrevo nunca será o bastante para expressar o imenso vazio que esses anos deixaram. Espero, pelo menos, deixar claro que, ainda tento ser eu. Continuarei carregando palavras, canções e desejos.