29 de agosto de 2009

Direito de ser criança

Políticas para erradicação do trabalho infantil precisam de maior acompanhamento

Direito à vida, à dignidade, ao respeito. O artigo 227º da Constituição Federal assegura esses e outros direitos às crianças brasileiras. Ele também diz, que o cumprimento dessas obrigações é de inteira responsabilidade da família, da sociedade e do Estado. Outro artigo, o 7º, ainda reafirma o direito de ser criança e proíbe o trabalho de meninos e meninas com menos de 14 anos de idade.
Segundo pesquisa feita pelo IBGE, em 2007, o Brasil possui quase 38 bilhões de crianças e cerca de 89% delas, só estudam. Ou seja, são sustentadas pelas famílias e as outras 2,5 milhões são frutos da desigual distribuição de renda.
Em 1996, o governo Federal criou o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), como uma forma de ajudar financeiramente as famílias dessas crianças, que precisam trabalhar. Os país são cadastrados no programa e recebem uma verba mensal para manter os filhos na escola. Eles também precisam participar de grupos sócio-educativos, onde desenvolvem alguma atividade de geração de renda, para não perder a ajuda.
Porém, segundo a assistente social Isabel Cristina Candido, o governo não investe nesses grupos educativos. “Só o dinheiro não basta, é preciso investir no trabalho de conscientização e profissionalização dessas famílias”. Ela trabalha no Ciclo de Trabalhadores Cristãos da Vila Prudente, um dos centros de educação, que também não recebe nenhum tipo de ajuda governamental.
No Ciclo, que atende 12 famílias por ano, além dos cursos de geração de renda, as mães do Peti também assistem a filmes, palestras e participam de dinâmicas e rodas de conversas. Nesses bate-papos as assistentes sociais discutem a questão dos papéis invertidos dentro da família. “Nós fazemos esse trabalho de conversar com as mães do Peti, para que elas possam entender que o pai e a mãe são os provedores. A criança tem que estudar, do contrário, toda a fase da infância se perdera no trabalho”.
Isabel garante que, apesar do processo e resultado demorados, os programas de conscientização desenvolvidos pelo Ciclo, são eficazes e ajudam no combate ao trabalho infantil “Mais do que dinheiro, essas orientações dão uma perspectiva de futuro”, completa a assistente social.

21 de agosto de 2009

1,2,3...rodando! Rodando, não...Ródando...






Há exatamente 20 anos, a geração paz e amor presenciou o calar de uma das vozes mais expressivas da chamada contracultura rebelde. Paradoxalmente, os jovens daquela época pediam paz, através dos gritos do rock and roll.
Assim também fazia Raulzito, apesar das críticas ao seu não engajamento, o baiano roqueiro cantou os sonhos daquela geração. Suas letras traduzem o espírito livre e despojado, ironizam as relações e atitudes da sociedade conservadora da época. Raul falou de amor, desigualdade, justiça, misticismo, religião...Viveu tudo em apenas sete notas!
Hoje, os gritos de liberdade ainda ecoam pela geração pós-Raul. Mesmo os fãs que nasceram após a morte do maluco beleza, vivem o sonho da Sociedade Alternativa. É impossível tentar racionalizar o que Raul trazia dentro de si. Como explicar a repulsa à inércia dos ditos cidadãos respeitáveis, que se sentavam nos tronos dos apartamentos, esperando a morte chegar? Ou então, a recusa de viver essa realidade e a vontade de pegar carona em algum disco voador e habitar o infinito e suas estrelas?
Não consigo explicar, o por que de minha identificação com letras, que foram escritas muitos anos antes de meu nascimento. Às vezes, a razão das palavras nos impede de explicar o que faz nosso coração bater mais forte. Por isso, fico por aqui!

13 de agosto de 2009

Se esse céu...se esse céu fosse meu!













Quem gosta de observar os astros, mas os verdadeiros, aqueles que esquentam nossos dias e iluminam nossas noites, vai ficar feliz em descobrir, que 2009 é o ano Internacional da Astronomia e vai vibrar mais ainda, quando saber que astrônomos do mundo inteiro reivindicam um céu noturno mais estrelado.
Todos eles lutam “em defesa de um céu noturno e pelo direito à luz das estrelas”. Para tanto, lançaram uma resolução na 27º Assembléia Geral da União Astronômica internacional, que se realiza até amanhã (14/08), no Rio de Janeiro. No texto, os astrônomos afirmam que “um céu noturno não poluído... deve ser considerado um direito sociocultural e ambiental fundamental.”
Receio, porém, que esses mesmos admiradores sentirão falta de algo ao descobrir, que se não fosse pela poluição luminosa, que estupidamente insistimos em conservar, poderíamos admirar cerca de duas mil estrelas.
Imaginem como seriam nossas noites? Mas infelizmente, nos contentamos em ver apenas 25 pontos de luz no céu. Irônico é descobrir que nossa galáxia, na Antiguidade, recebeu o nome de Via Láctea, justamente por parecer uma trilha de leite derramado no céu.
Conheça mais o céu...http://www.astronomia2009.org.br/
"Nenhum homem é uma ilha isolada em si(...). A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. Por isso, não pergunte por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti".
John Donne

11 de agosto de 2009

Hoje

A dor e a desilusão fazem extinguir a essência da alma humana. O fio da esperança perde a forma e a utilidade, enquanto luta, para manter envolvidos os últimos suspiros da dignidade.
Como dizia Raul, é aceitável e humano vivermos nessa eterna metamorfose ambulante. Hoje confesso, que realmente o fio de esperança está perdendo sua utilidade, pelo meno para mim. Não posso prever até quando essa sensação dilacerante habitará minha alma, apenas peço perdão, por hoje, não acreditar na humanidade. Talvez daqui há alguns dias publique aqui, novamente, minhas crenças e esperanças num redescobrimento da verdadeira condição humana. Mas, por enquanto, registro aqui a silenciosa dor, que também corrói minha alma e existência. Nesse novo texto, não me proponho a falar com cada um de vocês, apenas me eximir da terrível culpa do ceticismo e do julgamento. Algumas coisas, simplesmente não fazem sentido, talvez nem mesmo essas palavras. Mas insisto na compreensão de vocês, meus amigos, pois realmente nada faz sentido!

5 de agosto de 2009


Parece ser preciso reinventar o mundo, criar outras pessoas e plantar novos corações. Livrar os inocentes, que esquecidos em lugares remotos e inpensáveis pelos donos do poder, pagam a conta pelo egoismo disseminado pelos quatro cantos do planeta. Há realidades que se confundem com a ficção. Parecem saídas da cabeça de algum escritor de Hollywood e chegam até nos, sem despertar absolutamente nenhum sentimento.
Ao ler a entrevista do Dr. Mohamed Yusuf é impossível não se revoltar e, mais uma vez, se questionar sobre nosso papel no mundo. Yusuf é médico do Hospital Medina, um dos poucos que funcionam em Mogadício, Somália. Na entrevista do link abaixo, o médico conta um pouco da rotina do hospital e das condições desumanas em que vivem os somalis. Boa leitura e uma melhor reflexão!

http://www.icrc.org/web/por/sitepor0.nsf/html/somalia-interview-190509
" Ninguém jamais me compreenderia; gosto de muitas coisas ao mesmo tempo e me confundo inteiro e fico todo enrolado, correndo de uma estrela cadente para outra até desistir. Assim é a noite, e é isso que ela faz com você, eu não tinha nada a oferecer a ninguém, a não ser minha própria confusão."
Jack Kerouac