25 de novembro de 2010

Nem sempre o ato de se entregar de corpo e alma basta para que algo se realize plenamente. Antes disto, é preciso muita sabedoria para compreender que certas coisas não podem ser...

2 de outubro de 2010

Estudantes buscam entender a dinâmica e as particularidades dos conflitos armados.



Todas as cadeiras ocupadas. No corredor, pessoas sentadas em bancos feitos de caixas de papelão. Afixada na tela do cinema, uma faixa anunciava que ali se realizava a 9ª edição do Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado e outras Situações de Violência, do Oboré. Enquanto o sol saia e esquentava, aos poucos, a fria manhã do último sábado (25/09), estudantes de várias universidades do país chegavam à Matilha Cultural, localizada na Rua Rego Freitas, 542, na Vila Buarque, para tentar ser um dos 25 selecionados desse módulo.
Lá dentro, um mundo de possibilidades. Tudo sobre os conflitos armados e o respeito à vida humana. O pessoal do Oboré, da Matilha Cultural e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) prepararam uma manhã deliciosa para aqueles que se interessam pelos humanos e seus direitos.
Primeiro, o documentário José Hamilton Ribeiro, o príncipe dos repórteres em homenagem ao jornalista, conhecido por ser o único repórter brasileiro a cobrir a Guerra do Vietnã. Entre depoimentos de amigos e familiares, se desvenda um Zé Hamilton com uma rara sensibilidade, um verdadeiro jornalista à moda antiga, romântico. Logo em seguida, as imagens do trabalho feito pela Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) nas mais diferentes regiões do planeta, como Somália e Iraque, prendiam a atenção dos futuros jornalistas.
Depois das imagens, as palavras do novo chefe do CICV para a Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Felipe Donoso ajudaram a complementar as informações sobre a atuação da organização em conflitos armados e outras formas de violência.
Entre uma explicação e outra, Donoso falou sobre os principais valores do Comitê, o que permite aos seus voluntários ajudarem a todos que precisem, independentemente de partido político ou grupo armado. “Temos como principal bandeira a neutralidade e a independência, justamente para garantir nossa independência não fazemos parte da ONU e os países doares podem dizer onde colocar o dinheiro que doam, mas não como utilizá-lo.”
Ele também diz, “que em uma guerra a principal consequência é o sofrimento humano. Por isso, nosso objetivo é fazer tudo o que for necessário para restabelecer os mecanismos afetados em uma sociedade pelos conflitos armados.”
Mas, o dia não acabou por aí. Na coletiva de imprensa, os estudantes mostraram seu interesse. Eram muitas perguntas, para pouco tempo. O que não impediu de aparecer questões sobre a ação do CICV no Rio de Janeiro, na Somália e o que fazer com os conflitos agrários na região norte do Brasil.
Depois de respondidas todas as perguntas, chegou a hora dos estudantes se questionarem. Em poucas linhas, eles tiveram que mostrar por que merecem fazer o curso. Falar das suas verdadeiras razões para estarem lá.

19 de julho de 2010

O amor companheiro

“ O amor companheiro é o acolhimento da nossa maior autenticidade, o descanso dos papéis sociais representados, a tolerância sem superioridade com nossas mesquinharias e nossos momentos de alma pequena, quando nada vale a pena. É o único lugar onde se pode falar abobrinhas alternadas com as mais sérias confidências, aquilo que se fala para quem se confia, em quem se tem fé, em quem se acredita.”

Francisco Doudt da Veiga

7 de julho de 2010

Mais uma história


Na mesa da sala o futebol de botão, no coração a esperança de um Brasil campeão. Mas, ele não sabe, não sabe que sua vida seria interrompida. Felizmente, sua inocência o manteria vivo, com esperança. Que direito eles tem de afastá-lo da escola, dos amigos, de privá-lo de um lar? Ele não tinha como saber que a promessa do pai nunca seria totalmente cumprida. “Espera, na Copa estaremos de volta .”
Em apenas uma tarde, tudo mudaria. Casa, rua, bairro, Estado. Por um bom tempo, não teria mais o carinho da mãe. Pela última vez, o pai arrumaria os goleiros de seu futebol de botão. A última visão dos pais juntos. Mas, em nenhum momento se quer, enquanto tentava se adaptar e entender a nova vida, ele se cansou de esperar. Esperava como se fosse o primeiro dia, mesmo sem saber ao certo o que viria depois dessa espera.
Então, firme ele se manteve. Nada podia afastá-lo da doce esperança de rever os pais. Enquanto a angústia nascia no silêncio do telefone e explodia no vazio da rua, a varanda da casa do avô se tranformava nos olhos do coração. É injusto obrigar um ser tão inocente a entender essa ausência tão repentina.
Um dia, como que trazida pelas mãos da inocente esperança, sua mãe finalmente chega, sozinha. Na cama, o abraço há muito esperado, há muito roubado. Sem entender como e por que, ele se tornou órfão de um pai herói, de um pai torturado e silenciado pelos braços fortes dos anos de chumbo.
A intolerância da ditadura escreveu inúmeras histórias como essa. Calou vozes e levou muitos pais, mães, filhos... Como justificar tamanha barbárie? Como passar por cima de tanta dor, de tantos sonhos e famílias violados? Esquecer!?... Mas, a história pode ser contada por várias vozes e talvez a única que nos de um acalanto seja a da inocência. O ponto de vista dos que, naquele época, viviam os sonhos e a doçura da infância.

20 de junho de 2010

Região central de Itaquera pode abrigar Casa da Memória

Antiga casa do chefe da estação vai passar por reformas para preservar a história do bairro. Iniciativa partiu dos próprios moradores que querem a revitalização do centro



Itaquera. Bairro das fazendas de café, das pedreiras, dos imigrantes. Entre as tantas histórias do bairro, a locomotiva 353, mais conhecida como Maria Fumaça é uma das mais marcantes na memória dos antigos moradores. Fundada em 1875, a estação de trêm ainda sucita muitas discussões.
Demolida em 2004, para não atrapalhar as obras de extensão da Radial Leste, a estação tinha uma casa, que abrigava o chefe da ferrovia. Agora, os moradores solicitam, junto a subprefeitura, a transformação da antiga moradia em museu para preservar a história da região.
Esse projeto, nomeado Casa da Memória, faz parte do esforço de representantes do bairro para revitalizar o centro de Itaquera, que também inclui a conclusão das obras do Parque Linear, da Praça da Estação, do baixo viaduto e da passarela metálica.
A aposentada Madalena Pellicci Monteiro, 74, faz parte desse movimento para salvar a estação de Itaquera e afirma, que a Maria Fumaça era muito importante para a região. “A vida de Itaquera estava toda naquela estação e a casa do chefe representa a simplicidade do lugar”.
Pellicci nasceu e cresceu em Itaquera e luta para manter viva a história do bairro. “Esse lugar é o ar que respiro, por isso me interesso tanto por sua história. É uma paixão para mim”.
A aposentada participa das reuniões do Conselho Gestor, que conta com o apoio da população e autoridades da região e afirma, que a subprefeitura tem verba para recuperar a casa e tranformá-la em um museu. Mas, segundo a assessoria de imprensa do órgão, a reforma da antiga moradia do chefe da estação já foi licitada e deve começar ainda este ano, porém, não há previsão para a conlusão do projeto de memória.
Mas, nem todos concordam que a Casa da Memória seja a melhor opção para Itaquera. Mesmo respeitando a opinião dos que querem a reforma da antiga moradia, o advogado Francisco Nicolau, 84, se diz a favor da modernidade e acha que a despesa com as obras é dispensável. “Além do lugar ser pequeno, para abrigar um museu, a subprefeitura também terá que contratar vigias para cuidar do local.”

Viva, viva, viva o Parque Raul!

Há 20 anos, Parque Raul Seixas é opção de cultura e lazer para as famílias do conjunto habitacional José Bonifácio.


Em 1989, o Brasil perdia um dos grandes nomes de sua música. No mesmo ano que morria o baiano Raul Seixas, o bairro de Itaquera ganhava um parque que levava o nome do cantor.
O parque é o primeiro espaço público brasileiro a homenagear Raul. A escolha do nome é o resultado de um consenso entre a Subprefeitura de Itaquera, a Secretária de Cultura e entidades, que na época escolheram o nome do “maluco beleza”, entre outros, como Luiz Gonzaga, para nomear o espaço recém inaugurado. Antes do Parque Raul Seixas, o lugar abrigava a casa do Padre João, que fazia parte das terras da Fazenda Morganti.
Quase 21 anos depois de sua inauguração, o local é frequentado pelos moradores do Conjunto Habitacional José Bonifácio, localizado na região. Ao caminhar pelo parque é comum encontrar mães e pais observamdo as crianças, que se divertem no playground.
A funcionária pública, Sylvia Blat e suas filhas, as gêmeas Sarah e Stella, 5, freqüentam o Parque Raul Seixas e, enquanto as meninas brincam na areia, a mãe fala que o espaço é uma boa opção, por ser próximo de sua casa e também pela segurança. “Eu gosto de estar aqui, me sinto segura e as meninas também gostam”.
Sylvia mora na região, há 40 anos e afirma que o parque é imprenscidível para a comunidade. “Aqui, as crianças encontram um lugar para brincar, ou seja, aqui elas podem ser crianças”, explica a funcionária pública. Mas, ela reconhece que o local precisa de mais atrativos. “A subprefeitura devia montar uma pista de Skate e também, contratar professores de educação física para acompanhar os jovens que vêm praticar esportes”.

Casa de Cultura


Além da área verde, o parque também conta com a Casa de Cultura Raul Seixas, um espaço reservado para manifestações culturais. Um exemplo é o projeto Baubá, que há quatro anos, ensina os passos e o ritmo da capoeira para crianças e adolescentes da região.
As aulas de capoeira, ministradas pelo professor José Bezerra Sobrino, mais conhecido como Zezão, são realizadas aos sábados, a partir das 10 horas. Aulas de yoga e thai-si-chuan também fazem da programação da casa.
Edson Torrisi trabalha, há 15 anos, como agente cultural na casa e afirma, que o parque é como o fundo do quintal dos moradores do conjunto habitacional José Bonifácio. “Os finais de semana são movimentados por aqui, principalmente o domingo. Se tem sol, tem movimento”, explica Torrisi.




Serviço:
Parque Raul Seixas
Endereço: Rua Murmúrios da Tarde, 211 – Conj. Habitacional José Bonifácio.
Dias e horário: de segunda a segunda, das 6 às 18 horas
Informações: 2527-4142

19 de junho de 2010

Os índios e nós













O caminho que leva para a aldeia Guarani Tekoa Pyau é praticamente deserto de pedestres, o que se vê mesmo é a movimentação de carros e caminhões, parece um lugar de passagem. E passando por lá, eu e mais três amigos visitariamos a aldeia pela primeira vez. Mas, antes de entrarmos no território dos índios, passamos primeiro por uma rua onde a calçada é repleta de folhas secas e é preciso ficar atento, para não bater a cabeça nos galhos mais baixos das árvores. A impressão que tenho é de não estar mais em São Paulo, exceto pela rodovia dos Bandeirantes.
A rua segue asfaltada até a entrada da aldeia. Lá, o chão é de terra, com a qual as crianças têm uma forte relação, perceptível até aos mais destraídos. Descalças, elas correm por todo o território, pulam nos bancos de areia e se escondem entre as poucas árvores existentes no lugar, sempre gritando palavras na língua Guarani. Tupã, uma das lideranças da Tekoa Pyau e também nosso guia, diz que esse contato com a terra é muito importante para os pequenos guaranis. “As nossas crianças são criadas assim, livres. Elas crescem mais saudáveis, a terra ajuda a criar anticporpos.”
Além dos traços diferenciados, do tom mais escuro da pele e dos cabelos negros e lisos, as crianças guaranis são sempre muito sorridentes e hiperativas. Talvez, seja isso o que mais me encanta, a inocência de não saber o que se passa com seu povo. Pena mesmo, é não conseguir conversar com nenhuma delas. Na aldeia, os pequenos só aprendem o português após os 7 anos de idade, até lá, só falam em Guarani. Algumas crianças mais velhas tentam me ensinar algumas palavras de sua língua, mas é quase uma tortura vê-las conversando e não poder participar.
Mas, da mesma forma que elas convivem com a terra, também estão próximas demais dos perigos de ter uma rodovia como quintal de casa. Em uma das minhas visitas, vi um pequeno guarani que para se divertir, pegou um pedaço de papelão, passou por um buraco na parede que dava para a Bandeirantes e escorregou pela encosta da rodovia.
Os Guaranis de hoje dividem o espaço com a rodovia que leva o nome dos algozes de seus antepassados, os Bandeirantes. Como nós, homens brancos, os moradores da Tekoa Pyau também têm de conviver com o barulho e a poluição de estradas e avenidas, mas no caso deles, o destino agiu com mais irônia. Na época da colonização, os Bandeirantes eram homens que adentravam as matas, capturando os povos indígenas na busca por riquezas. Nas palavras do índio da etnia Kayapó Edson, que visitava a aldeia, “esses homens mataram milhares de índios e hoje são considerados heróis. Tem até uma rodovia que leva o nome deles.”
Mesmo sendo de outra tribo (Kayapó), Edson foi bem recebido e sempre que visita a aldeia Guarani, encontra abrigo. Para o índio, todos os povos indígenas são parentes, não importa em que parte do mundo estejam. Essa é apenas uma das tantas lições que eles têm a nos ensinar. Mas, essa prática parece ser recorrente só entre eles, pois devo confessar, que o primeiro contato com eles não foi fácil.

O primeiro contato

Acredito que o contato dos primeiros portugueses com os índios que aqui encontraram foi infinitamente mais fácil, do que o que tivemos de travar nessas visitas a Tekoa Pyau. Os colonizadores daquela época não tinham o peso e a vergonha de mais de 500 anos de extermínio, usurpação e escravidão dos povos indígenas.
Os índios chamam o homem branco de juruá e nunca senti tão intensamente essa diferença entre nós, quanto nessas visitas. Em todas as vezes que estivemos na aldeia, nossa relação nunca foi fácil. Fora as crianças, que sempre paravam e sorriam para nós e o nosso guia Tupã, todos os outros sempre procuravam ficar distantes. Conversar com eles é quase impossível, às vezes, até conseguiamos arrancar um sorrriso ou um “bom dia” de alguns.
Certa vez, tentei puxar conversa com o Senhor José, uma espécie de médico, que conhece as raízes e seus benefícios para a saúde. Quis saber qual planta usar para curar uma dor muscular, a resposta do velho índio foi incisiva: “não sei o nome de todas as plantas, reconheço só quando as vejo, daí sei para que servem”. Após dizer isso, ele se afastou.

A vida na aldeia

Mas, o silêncio era reservado apenas para nós, os juruás, entre eles havia conversas e sempre em Guarani, mesmo na nossa frente. A aldeia também é bastante movimentada, as crianças estão por toda parte - ao todo são mais de 250 – e enquanto brincam, os adultos se reúnem em volta de uma fogueira para comer e tomar chimarrão. Tupã diz, que essa prática é muito antiga entre eles.
Andar pela aldeia e não perceber o quanto a nossa cultura já está presente na vida deles é quase impossível. Dentro das ocas, geralmente feitas de madeira, as músicas que eles ouvem são as nossas, vestem as nossas roupas, apesar de não se importarem com a combinação de cores e estilos. A maioria tem celular que, ou está pendurado no pescoço, ou dentro do bolso. Mas, não é muito difícil enxergar o choque das duas culturas, em que outra situação encontrariamos um povo falando o Guarani em um telefone celular? Só o fato de encontrarmos índios que ainda falam sua língua mãe e ensinam isso para suas crianças dentro de uma cidade como São Paulo, já é admirável.
Mas, não são só elementos da nossa cultura que encontramos na aldeia. A prática de fumar cachimbo também é comum entre os homens e mulhere da tribo. Segundo Ubiratã, um Tupinamba que também estava de visita, quando um índio acende um cachimbo ele faz uma oração para Tupã (Deus) e se o fumante cuspir, é sinal de que a prece está sendo atendida pelo deus. A famosa expressão “cachimbo da paz” tem razão de ser. Quando um índio vai visitar uma tribo de etnia diferente da sua, ele sempre leva consigo seu fumo, pois o ato de acendê-lo significa que veio em missão de paz.

A resistência

Nessas primeiras idas à aldeia Tekoa Pyau, nosso contato mais intenso foi com Tupã, uma espécie de porta-voz dos índios guarani. Sua missão é justamente essa, conversar com os juruás que chegam e não é difícil entender o porque. Em todas as vezes que estivemos por lá, encontramos pessoas da Fundação Nacional dos Índios (Funai), do Controle de Zoonoses da prefeitura e até mesmo de grupos religiosos.
Tupã nos acompanhava nas caminhadas pela aldeia e nos falava sobre o dia-a-dia da tribo. Repetidas vezes, sentamos na casa de oração, uma espécie de igreja, onde são feitos os ritos e cerimônias religiosas e conversamos sobre as tradições da cultura indígena.
Claro, que durante esse meio século de convivência com os juruás, muita coisa se perdeu. Eles não têm mais a vastidão das matas para caçar, nem os rios para se banhar todas as manhãs, mas a consiciência de ser índio, ainda prevalece.
Eles sabem da difícil condição de seu povo, principalmente, quando estão inseridos em uma grande metrópole. Conhecem seus direitos e lutam para que sejam respeitados, inclusive quando se trata de reconhecê-los como os primeiros habitantes dessas terras. Fazem questão de ressaltar, que a história da colonização foi contada errada.

14 de junho de 2010

Depois da África do Sul...

















Apesar de estarmos na metado do ano, 2010 ainda está longe de acabar. Alguns acontecimentos ainda prometem estender esse ano até outubro. Claro, não sem antes, passar por junho e julho.
Durante esses dois meses, todas as atenções, sobretudo da grande mídia, estarão voltadas para os jogos da Copa do Mundo, que se realizará no longinquo Continente Africano, mais especificamente, na África do Sul, o país do Aphartaid e Mandela.
Em outrobro, teremos as eleições. Mas, até o final da Copa, as notícias sobre candidatos e alianças ficarão esquecidas nos impopulares cadernos de política do jornais diários. Talvez, entre um gol aqui e uma falta ali, alguém se lembre que esse ano elegeremos novos Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais e um sucessor para Lula.
Contudo, apesar da predominância do verde e amarelo da seleção brasileira, um cinza das acusações e escandâlos, tão característicos em época de eleição, consegue espaço nas páginas e telas da mídia nacional. A bola da vez, é o suposto esquema de espionagem, organizado pela equipe da pré-candidata Dilma Rousseff contra José Serra e seus tucanos.
Uns se fazem de vitimas, outros de desentendidos. Mas, a campanha não para, apesar de ainda não ter começado, pelo menos, oficialmente. Na televisão, anúncios da expansão do metrô, da construção de hospitais e escolas, melhoria no transporte e por aí vai.
Qualquer inauguração serve, sempre a mesma ladainha. E a grande mídia insiste em atacar apenas o cabo eleitoral de Dilma. Quem inventou mesmo a história de ouvir os dois lados? Entre os dois maiores pré-candidatos à presidência, não fica difícil perceber que tem o aval de famílias, como Marinho e Frias.
Eu só espero, que quando a campanha começar oficialmente, os candidatos deixem de lado os ataques e picuinhas e se concentrem em apresentar suas propostas e o que de fato querem fazer para melhorar o país. De nossa parte, torço que a Copa passe e as eleições possam então, entrar na pauta dos assuntos importantes do ano.

21 de maio de 2010

Hitler apenas escancarou ao mundo o que fazemos há séculos com negros e indígenas. A segregaçao é o pior crime da humanidade!
“Queria apenas tentar viver aquilo que brotava espontaneamente de mim. Por que isso me era tão difícil?"

24 de abril de 2010

Ruas de São Paulo e seus moradores


Viadutos, passarelas, praças públicas e grandes avenidas, qualquer espaço vazio serve para estender um cobertor e passar a noite. É comum andar pela cidade de São Paulo e encontrar crianças, jovens e idosos, que estão nas ruas e sobrevivem apenas do que ela oferece. Segundo dados da pesquisa, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), cerca de 10 mil pessoas vivem nas ruas da capital paulista.
Segundo a professora de economia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora da pesquisa, Silvia Schor, pobreza, abandono e drogas, são alguns dos inúmeros motivos que levam às ruas. “São diferentes histórias, vividas por todo tipo de pessoa. É difícil especificar esse momento de ruptura, quando a pessoa se torna excluída da sociedade”, diz a pesquisadora.
Esse censo, encomendado pela Secretária Municipal de Assistência e Desenvolvimento (SMADS), tem o objetivo de traçar o perfil socioêconômico dos moradores de rua. Porém, Silvia fala da dificuldade de contar e identificar essa população. “ Eles não ficam em um único lugar. O horário mais fácil de encontrá-los é de madrugada, quando se fixam para dormir.”
A lei que regulamenta essa contagem é a 12.316, de 1997, mais especificamente o artigo 7, que determina a divulgação no Diário Oficial, por parte do poder público, do número de pessoas que vivem nas ruas da cidade. Esse levantamento visa garantir um número suficiente de vagas em albergues e abrigos.
A prefeitura de São Paulo, por meio da SMADS, oferece cerca de 8 mil vagas em albergues e abrigos para a população de rua. O coordenador de proteção social para adultos, Luiz Fernando Francisquini, explica que esse número pode variar e depende da época do ano. “No inverno, por exemplo, a oferta de abrigo sempre aumenta.”
Para o ex-integrante da Pastoral de Rua e supervisor de ensino, Amarildo Luchetti, esses abrigos podem ajudar na reitengração dos moradores de rua na sociedade. “Mais do que um lugar para se alimentar e tomar banho, o albergue deve ser um espaço educativo e de conscientização.” Ele também afirma, que ninguém está na rua por opção, pois, ela é uma lugar hostil. “A rua é o limite da exclusão de um sistema capitalista que não funciona mais”, finaliza Luchetti.

21 de fevereiro de 2010

Futebol, Carnaval, Pão e Circo!













Que me desculpem os apaixonados por futebol, mas fazer manifestação para afastar um técnico e trazer outro é o fim da picada. Ainda mais, quando há tantos outros problemas e situações que realmente interferem no nosso cotidiano.
Enquanto a torcida organizada do Palmeiras protesta em frente ao Centro de Treinamento do time, a cidade está mergulhada nas enchentes da má adminstração pública, a prefeitura de São Paulo aumenta IPTU, tarifas dos transportes públicos e diminui a verba para a merenda de crianças carentes.
O que mais me revolta é o fato da grande mídia sempre dar destaque para esse tipo de reportagem, que só faz desviar nossa atenção das coisas que realemente importam. Abafar notícias como a campanha irregular do prefeito Gilberto Kassab e a compra de panetones do ex-governador José Roberto Arruda, com paredões, fazendas e Geysas. Como assim ninguém da a mínima?
Nunca entendi por que certas questões tão banais e fúteis interessam tanto a população em geral. Talvez seja o medo de enfrentar de frente os problemas, de enxergar o que levaram a vida inteira para esquecer. Medo de se incomodar demais com os problemas alheios e se verem obrigados a fazer algo para mudar.
Claro, não podemos esquecer da contribuição dos grandes veículos de comunicação, que vira e mexa exaltam aqueles que aceitam fazer parte do show de horrores que é a televisão brasileira. Alguém já tentou assistir a programação de sábado à noite ou domingo à tarde?

19 de fevereiro de 2010

Prestar atenção, ter paciência, esperar sua vez. Para que tanta espera se a vida não para? Leva consigo, pessoas, pensamentos, sentimentos, amores...Viver em busca de um futuro quando o presente está logo aí, não há sentido. Para alguns, resta apenas o passado.
O que mais a urgência nos tirará? Nesse jogo de futuro, presente e passado, fico com o presente. Deixo o amanhã para meus futuros sentimentos, pensamentos e amores, pois, quero cuidar dos que tenho agora.
Até mesmo a saudade se torna praserosa nessa eterna ânsia de viver, ela nos deixa mais sensíveis e humanos. Mais que dinheiro, fama e poder, para viver é preciso muita coragem. É preciso fazer as malas, ficar, sorrir, chorar, amar, esquecer...
Quero muito mais do que isso. Quero a liberdade e a simplicidade de existir, sentir o coração bater mais forte a cada passo e viver um grande amor todos os dias...

19 de janeiro de 2010

Quem sabe sonhadora?

Sempre achei a tarefa de escrever sobre mim um pouco difícil. Quase sempre, esbarro na questão de transpor para um pedaço de papel uma personalidade, que só consigo observar de dentro. Ou seja, tomo partido dos meus pensamentos, sentimentos e convicções sem observar toda a situação de fora.
Também seria injusto afirmar que não reflito sobre minhas ideias. Com a ajuda dos que me rodeiam (amigos), posso dizer que consigo perceber meus erros, pontos fracos e o quanto sou consciênte em algumas questões. Por exemplo, a ira diante das injustiças e futilidades desse mundo.
Na verdade, nunca gostei de falar sobre mim, quanto mais escrever. Às vezes, me pego pensando sobre meus medos e anseios e sempre descubro novas convicções e dúvidas a respeito da difícil relação humana. Mas a cada dia, busco conhecer e compreender essa máquina, tão complexa, que é o ser humano.
Não posso garantir que sempre chego a uma conclusão exata. Mas, nas indas e vindas dessa minha trajetória terrestre, sempre encontro um motivo, ou uma situação, para não me entregar, apesar dos incontáveis motivos para jogar a toalha.