22 de julho de 2009

O oposto

É impressionante como a margem oposta da vida me seduz. A plena liberdade de ser e a eterna escolha de viver. A cada dia a vida mostra uma face diferente, todas tão encantadoras, que é quase impossível resistir aos caminhos opostos.
Alguns rostos, que encaro nas ruas, carregam em si uma serenidade e uma simplicidade envolventes, o vento e o cheiro do despojamento saciam meu ser, aguçam a vontade de me desprender e renovam minha essência. O andar lento e contemplativo faz os dias mais azuis e as pessoas mais humanas.
Ao contrário da visão convencional, as diferentes criaturas que povoam belos lugares, eternizados pela imaginação, alegram as batidas de um coração solitário. Cenas e palavras giram num círculo sem fim, se transformam em mantras que buscam paz e liberdade para a alma.
O próximo é mais do que mais um, é a fortaleza que nos sustenta, o mar que nos acalma, as estrelas que nos inebriam. É a mais pura expressão da natureza. Compartilhado com a solidão, nada vale a pena. São humanos os sentimentos, sonhos e desejos, por que não vivê-los?
Nada é inalcançável, tudo é permitido, o diferente é bem vindo. Os pensamentos solitários são convidados a existir e coexistir com outros, para enfim se materializarem. Que belas palavras nos reservam a alma humana? Como anseio por esse momento. Definitivamente vivo da utopia, enquanto respiro ares de uma outra realidade.

2 comentários:

Letycia Holanda disse...

Sem palavras...verdade que nos incomoda e nos estimula...
beijos

João Luis Pinheiro - Jornalista, escritor e poeta disse...

Michele
Seu texto tem uma poesia suave e inebriante como caminhar pela manhã em um parque enevoado! Adoro o jeito como escreve. Continue assim.
Quanto a utopia, confesso que, apesar dos 40, ainda carrego muito dela.

Beijos
João