5 de janeiro de 2008

A cada dia que passa me sinto cada vez mais estranha nesse lugar, ao
andar nas ruas me deparo com cenas que marcam minha vida. Não me sinto
feliz há muito sofrimento, muita injustiça e pior de tudo é que nem
sei o que fazer. Ainda que eu perceba que tenho tudo nessa vida, ela
ainda não é completa, falta uma certeza, a certeza de que nunca mais
milhares serão oprimidos, humilhados e injustiçados. Já vivi muita
coisa, mas nunca vivi por ninguém, nunca fiz ninguém se sentir humano
de novo. Sinto uma grande tristeza, quando vejo que não considero a
maioria
das pessoas seres humanos que vivem uma vida medíocre, e o mais
decepcionante é que essa mediocridade também faz parte da minha vida.
Agora, sentada em frente á essa máquina não me sinto nada, quem sabe
até outra máquina, que age sem sentimentos, apenas programada para
gerar
lucro. Que sentido posso encontrar nessa vida? Que sentido há nesse
sistema que desumaniza?
O que estou fazendo de útil aqui dentro, enquanto a vida acontece lá
fora? Enquanto há crianças ao chão sem esperança no olhar? Quanto
tempo
levarei para chegar onde quero? Por onde começar? Perguntas que não
saem
da minha cabeça, não me deixam em paz.
Não falo em respostas para todos os problemas, talvez isso soaria muito

clichê, mas penso numa felicidade mundial, mas isso também não soa
clichê? Então por que todas essas questões, que ninguém aguenta mais
nem
ouvir, ainda fazem parte do nosso cotidiano?

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